13 de abril de 2022
Banco Interamericano diz que Brasil pode virar gigante no comércio exterior e aponta o caminho
BID prevê a expansão do País no comércio exterior diante da maior dependência por alimentos, minérios e combustíveis. O sucesso, no entanto, ainda depende de “nós” mesmos.
Responsável por apenas 1,2% de participação das exportações mundiais (27ª posição global), e somente 1% das importações (28ª colocação), segundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brasil tem tudo para deixar de ser um nanico no comércio global nos próximos anos. Quem afirma isso é o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o americano Mauricio Claver-Carone. Durante a Reunião Anual 2022 da instituição, iniciada na segunda-feira (28), ele afirmou que Brasil poderá recuperar parte do protagonismo na economia internacional se atacar com mais vigor as amarras que impendem a aumento da competitividade nacional nos negócios, especialmente com os vizinhos da América Latina e Caribe. “Maior dependência de produtos básicos como combustíveis, minérios e alimentos dão ao País um papel importante para resolver os desafios mais agudos da região e do mundo”, afirmou.
Quando a fala é de otimismo, é preciso saber quem é o otimista. Claver-Carone é o primeiro americano a presidir o BID e foi nome lançado ao cargo pelo ex-presidente Donald Trump. Ao assumir a instituição, em 2020, deixou claro que uma das preocupações da entidade sob sua gestão seria fazer frente à entrada de investimentos da China pros lados de cá do planeta. Pelos cálculos do banco, há 98 ramos de atividade no Brasil que podem ser melhor explorados pelo País, especialmente nas áreas de saúde até energias renováveis e serviços de tecnologia.
Ele diz que foram identificados o potencial de cada país da região e de suas necessidades. “Com planejamento mais inteligente o aumento da participação no comércio global será inevitável.” O Brasil tem potencial, segundo Claver-Carone, para exportar ao mercado americano 50% do que atualmente a China vende. Em cifras, esse aumento representaria um ingresso de R$ 50 bilhões por ano.
No ano passado, a corrente de comércio (soma de exportações e importações) do Brasil registrou recorde de US$ 499,8 bilhões e superávit de US$ 61 bilhões. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, houve recorde nas exportações (US$ 280,4 bilhões), enquanto as importações chegaram ao quinto maior resultado (US$ 219,4 bilhões) da série histórica, iniciada em 1989. A corrente de comércio cresceu 35,8% em relação ao ano anterior e superou o recorde de 2011 (US$ 481,6 bilhões). Mas, mesmo com tudo isso, nossa participação no comércio global está 16 casas atrás do tamanho de nossa economia (12a). Esse é o nó que Claver-Carone não disse como irá romper.
Fonte: Isto É Dinheiro