Em uma iniciativa inédita, a Receita Federal está implementando a "Operação Aduana Flutuante" para mitigar os impactos da estiagem severa que afeta o Rio Amazonas. A operação, proposta pelos operadores de portos privados, busca garantir a continuidade das operações logísticas na região, por meio da instalação de píeres flutuantes provisórios na área de Itacoatiara, ao longo do Rio Amazonas.
A medida é uma resposta direta às restrições de navegação impostas pela baixa do rio, que historicamente causa grandes prejuízos à logística na região. As estruturas flutuantes, com 240 metros de extensão, serão operacionais entre setembro e dezembro de 2024, período mais crítico da seca.
Além de promover a fluidez do comércio exterior, a Receita Federal flexibilizou os procedimentos para garantir que a operação mantenha altos padrões de segurança. Câmeras de vigilância e sistemas de rastreamento via GPS foram instalados para monitorar as balsas que transportarão mercadorias, assegurando a conformidade e evitando a entrada de produtos ilegais no país.
Impactos da seca e respostas logísticas
Em 2023, a seca na Amazônia resultou em uma queda de 25,7% nas importações e de 19,8% nas exportações em setembro. Em outubro, esses números pioraram, com as importações caindo 62,7% e as exportações 37,5%. Os píeres flutuantes devem evitar a repetição dessas perdas, garantindo a continuidade das operações comerciais na região.
A Aduana Flutuante é parte de um esforço coordenado que envolve, além da Receita Federal, a Marinha do Brasil, a Suframa e a Antaq, entre outros órgãos. O objetivo é assegurar que o fluxo de mercadorias permaneça estável, mesmo com as adversidades ambientais.