26 de janeiro de 2023
Indústria brasileira apoia garantia para importador argentino para brecar avanço chinês
A indústria brasileira será uma das principais beneficiárias da medida anunciada pelo governo brasileiro de dar garantia às operações de financiamento dos importadores argentinos na compra de produtos exportados pelo Brasil. As linhas de crédito com a garantia do Fundo Garantidor às Exportações (FGE) poderão ser operadas por bancos públicos e privados.
O Brasil vem perdendo mercado para China na Argentina, que é hoje o maior vendedor de produtos para os argentinos, com uma participação de 21,5% de todo o volume de importações feitas pelo país vizinho e parceiro no Mercosul. O Brasil ocupa agora a segunda posição, com 19,7%, segundo boletim sobre fluxo de comércio exterior do Ministério da Economia da Argentina. Foi em 2020 que a China ultrapassou o Brasil como principal fornecedor da Argentina.
O governo brasileiro quer recuperar essa posição e estimular uma maior integração com a região. A medida também faz parte da política de reindustriaização do País.
O financiamento à exportação não é novidade; sobretudo, o crédito à exportação ancorado em bens do país que está financiando a exportação. Alguns países fazem essas operações não só de produtos industrializados, mas também de serviços – entre eles, do setor de infraestrutura.
No modelo que foi desenhado pelo governo brasileiro, a Argentina dará garantias (colaterais) reais, como contratos de commodities de grãos e de gás – ativos que tenham liquidez no caso de não pagamento do financiamento.
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a participação do Brasil e da Argentina nas exportações mundiais de bens industriais está aquém do potencial produtivo de ambos os países. Brasil e Argentina ocupam, respectivamente, 15ª e a 25ª lugar no ranking mundial de produção industrial. No entanto, os dois países figuram somente na 31ª e na 36ª posição, respectivamente, no ranking de exportação de bens industriais. Segundo a CNI, a parcela chinesa nas importações argentinas aumentou 6,1 pontos porcentuais entre 2013 e 2022, totalizando 21,3% em 2022. Os dados são ligeiramente diferentes dos divulgados pelo Ministério da Economia argentino.
Fonte: ESTADÃO.COM.BR
Data de publicação:23/01/2023
Data de atualização:24/01/2023